No curso veterinário, a patologia compreende a ciência voltada ao estudo e entendimento dos mecanismos que desencadeiam lesões, doenças e reconhecimento macroscópico e microscópico das mesmas. Para isso, diferentes métodos são utilizados, entre eles, a análise histopatológica veterinária.
É por meio desta técnica que amostras de tecidos são avaliadas, e é possível obter informações que permitem confirmar ou afastar uma hipótese diagnóstica, quer seja de origem inflamatória, infecciosa ou neoplásica. Esse procedimento é realizado por profissionais com experiência em anatomia patológica veterinária.
Neste artigo do CDMV, vamos te explicar o que é histopatologia veterinária, sua importância e a diferença de outras análises que podem ser feitas. Boa leitura!
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Qual é a importância do exame histopatológico veterinário?
A histopatologia é fundamental para a pesquisa de neoplasias benignas e malignas, processos inflamatórios agudos e crônicos, lesões com potencial neoplásico e outras patologias que podem atacar cada animal. O exame avalia os componentes celulares e estruturais, mantendo a arquitetura do órgão e, por isso, produz resultados mais específicos e definitivos.
O exame de histopatologia veterinária funciona como um auxílio diagnóstico em que, por meio da microscopia óptica, são avaliados aspectos cito-histomorfológicos, em particular as modificações que acontecem na forma das células e na estrutura dos tecidos e as consequências dessas transformações.
Vale ressaltar que todo o estudo começa na anamnese e o exame clínico detalhado, alcançando com dados do tutor e do animal, relacionados aos sintomas, sinais, evolução e tratamento.
Esse exame histopatológico veterinário é necessário para o fechamento de diagnósticos, pois ele permite confirmar suspeitas clínicas a partir da coleta de amostras da forma correta, além de verificar o grau de comprometimento da estrutura que está sendo avaliada.
O objetivo é fornecer um diagnóstico, por exemplo: um nódulo na pele do animal pode ser um cisto, um processo inflamatório agudo ou crônico ou uma neoplasia benigna ou maligna. Esse exame esclarece a dúvida e direciona o tratamento clínico adequado da lesão.
Histopatologia veterinária: como é realizado o exame?
Também conhecida como biópsia animal, o exame histopatológico consiste na retirada de um fragmento de tecido (vivo ou morto), seguindo um protocolo organizado, acompanhado da observação e envio das amostras para os laboratórios. Outro ponto importante diz respeito ao tamanho e quantidade de material disponível para estudos.
Cabe ao veterinário que realiza o procedimento de colheita decidir sobre quais e quantos fragmentos obter. A partir daí, poderá ser realizada uma análise nas modificações que ocorrem na formação das células e dos tecidos em si, permitindo entender a origem dos nódulos, massas nos órgãos ou tecidos do animal.
Veja abaixo os exames histopatológicos que podem ser realizados:
- Por nódulo ou região;
- Avaliação cirúrgicas;
- Glândula mamária;
- Histopatológico de necrópsia.
Como enviar o material colhido ao laboratório?
Após entender o que é histopatologia veterinária e saber como é feita a colheita da amostra, é hora de enviar o conteúdo coletado para uma análise clínica. O material deverá ser preparado para o envio do seguinte modo:
- Identificação do paciente (espécie, raça, nome, idade e sexo);
- Procedência e suspeita;
- Local da biópsia;
- Modo de obtenção (punch, biópsia incisional, excisional, peça cirúrgica);
- Laudo anatomopatológico;
- Número de amostras coletadas;
- Informes clínicos.
Um resultado confiável de exame histopatológico veterinário começa com um profissional responsável pelo envio do tecido coletado. É essencial que o manejo da amostra e a sua chegada no laboratório sejam feitas com cuidado, para manter a preservação tecidual e evitar a formação de artefatos indesejados e autólise, que prejudicam a avaliação.
As informações relacionadas ao paciente também são importantes para a qualidade da análise e sua interpretação.
Desvendando o resultado do exame histopatológico veterinário
Tradicionalmente, o resultado do exame tem sido chamado de “laudo histopatológico“. No entanto, o termo é desaconselhado, já que o uso de “laudo” deve ser feito apenas para análises com fins jurídicos.
Encontra-se inúmeros formatos para redigir um resultado desse tipo de exame. Por meio da descrição microscópica é possível identificar:
- Lesões neoplásicas;
- Características celulares e graduação histológicas;
- Contagem mitótica e avaliação de mitoses típicas e atípicas;
- Extensão local;
- Invasão vascular;
- Necrose, ulceração e hemorragia;
- Metástase;
- Características celulares, citoplasmáticas e nucleares;
- Margens cirúrgicas;
- Doenças infecciosas.
Os fatores que podem interferir na qualidade e na confiabilidade do diagnóstico da histopatologia veterinária são diversos. Mas os mais comuns são: o emprego de equipamentos e técnicas incorretas, informações incompletas, má utilização de medicamentos e experiência inadequada do patologista.
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Em quais casos a histopatologia veterinária é indicada
Como mencionado no início deste artigo, o objetivo do diagnóstico histopatológico é confirmar ou afastar alguma hipótese de doença. Diante disso, o mais comum é que o veterinário solicite esse tipo de avaliação quando deseja elucidar um caso, assim como afastar ou confirmar uma suspeita.
Esse exame também é solicitado quando um procedimento cirúrgico precisa ser feito para retirar uma lesão. Nesses casos, ele funciona como uma forma de controlar a qualidade da conduta veterinária e afastar suspeitas de malignidade.
Outro estudo que pode ser solicitado é a imuno-histoquímica, como um complemento dos exames histopatológicos comuns, sendo um processo que utiliza tecnologias mais avançadas.
Você pode compreender acima o que é histopatologia veterinária e vários detalhes sobre o exame. Saiba ainda que este tipo de estudo é complexo e pode demorar para chegar a uma conclusão. Porém, essas são características desse tipo de análise, que demanda técnicas de complementação ou esclarecimentos maiores.
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