Doenças auriculares são bastante proeminentes em cães, com pesquisas apontando números de 20% entre os animais que chegam às clínicas veterinárias. Dentre as patologias que afetam os ouvidos, a otite é a mais comum, mas ela não é a única.
Otohematoma é uma doença mais frequentemente identificada em cães das mais diferentes espécies, mas ela também acomete gatos. A condição pode ser referida como “hematoma auricular”, nome que deixa mais claro a maneira como ela afeta os animais.
Na prática, para que você compreenda o que é otohematoma, trata-se de uma doença que se apresenta como um hematoma que aparece entre a pele e o tecido conjuntivo do ouvido. Ela é a consequência de uma hemorragia interna, ou seja, a ruptura de vasos sanguíneos na parte interna da orelha do animal. Naturalmente, ela gera desconfortos.
Abaixo vamos explicar sobre todas as principais informações envolvendo otohematoma: seus sintomas, como o diagnóstico é feito, quais são as causas e fatores de risco, métodos de prevenção, possibilidades de tratamento e prognóstico do animal doente. Boa leitura!
Quais são os sintomas de otohematoma e como é feito o diagnóstico?
Durante a anamnese com o tutor, o médico veterinário deve estar atento para a descrição de sintomas no animal que incluam coceira frequente na orelha, repetição do ato de chacoalhar a cabeça ou, paradoxalmente, o impedimento de mexer o crânio sem expressar dor.
A partir daí, deverá se observar o interior do ouvido do animal. Nos casos de otohematoma, a orelha estará inchada, vermelha, quente e o toque causará desconforto. Isso se deve ao acúmulo de fluídos entre a cartilagem e a pele interna do ouvido afetada pela doença.
A patologia, geralmente, é observada somente em um dos ouvidos, raramente em ambos. Dependendo do seu avanço e do momento em que o animal foi levado ao veterinário, a lesão pode ser pequena ou ter acometido toda a orelha. Quando tocado, o hematoma terá textura diferente.
Saber o que é otohematoma e fazer o seu diagnóstico de forma precoce é fundamental para garantir o bem-estar do animal. Conforme a doença avança, existe endurecimento da parte interna, o que pode progredir para deformação e espessamento do formato da orelha. As consequências podem ser duradouras.
É recomendada punção com agulha e seringa, a fim de avaliar o conteúdo interno da inflamação. Isso aumentará o desconforto temporário ao animal, mas pode ser necessário para a recomendação de um tratamento adequado após o diagnóstico.
Causas e fatores de risco de otohematoma
A principal causa de otohematoma são os traumas na parte interna do ouvido. Situações como colisões, mordidas e outros tipos de impactos podem causar a ruptura de vasos sanguíneos da orelha, o que por consequência irá resultar no aparecimento da patologia.
Nota-se que os traumas nem sempre têm origens puramente relacionadas com acidentes físicos. Em boa parte dos casos, a lesão pode ser o resultado de outras doenças. Se a orelha estiver coçando como consequência de uma patologia, o animal poderá machucá-la.
Doenças como otite externa, sarna auricular, hipersensibilidade e condições autoimunes podem estar no cerne do desenvolvimento de otohematoma. Nesse sentido, o problema aparece como sequela secundária à condição que o animal já estava sofrendo antes.
Fatores de risco também devem ser considerados. Animais de grande e médio porte estão mais suscetíveis. O mesmo ocorre com raças de orelhas pendentes, como é o caso de Cocker Spaniel, Basset Hound, Dachshund, Golden Retriever, São Bernardo e Beagle
Otohematoma não costuma ser visto em filhotes, afetando majoritariamente animais adultos e idosos. A doença não é contagiosa e nem transmissível a humanos, então não existe perigo de contaminação caso o cão viva em contato direto com outros.
Prevenção e possibilidades de tratamento
Explicamos acima o que é otohematoma, e você já sabe que esta doença pode ser um fator secundário a outras patologias, o que aponta a necessidade de cuidar do problema primário. Uma otite externa não tratada, por exemplo, poderá resultar em lesões recorrentes no interior da orelha.
A depender do avanço da patologia, os tratamentos variam desde uma drenagem clínica simples (sem sedação, utilizando agulha e seringa) até a necessidade de procedimentos cirúrgicos. Nesse segundo momento, faz-se incisão, sutura e drenagem com tubos de silicone.
Cirurgias também são indicadas para otohematomas crônicos. Por se tratar de uma doença autolimitante, casos mais simples desaparecem sozinhos, desde que o problema primário tenha sido tratado. Colar elizabetano evita que maiores danos sejam causados durante a recuperação.
A prevenção pode ser feita por meio de cuidados com doenças primárias que possam levar à lesão (como a otite, mencionada antes), especialmente em animais com orelhas pendentes. Evitar brincadeiras com possibilidade de traumas também ajuda a prevenir otohematomas.
Em todos os casos, com a correta orientação médica, o prognóstico é excelente. Apesar da existência de condições permanentes (como fibroses e possíveis deformações na orelha), elas não costumam ser fatores de risco para a vida ou para a saúde geral do animal.
O mais importante é que os tutores sejam instruídos a prestar atenção nos comportamentos de seus animais. Caso seja observado algum sinal diferente, buscar ajuda médica veterinária fará toda a diferença. Com isso, garante-se que o companheiro tenha uma vida longa e saudável.
Acima você pode compreender melhor o que é otohematoma e seus sintomas. Este foi um conteúdo elaborado pela redação do CDMV. Aqui no Centro de Desenvolvimento da Medicina Veterinária (CDMV) temos uma grande preocupação com o seu aprendizado. Por isso, sempre investimos em novos cursos de especialização e de pós-graduação com uma metodologia exclusiva e inovadora.
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