As campanhas para doação de sangue são bastante comuns aos humanos, mas entre os animais, essa necessidade também existe. Você pode se perguntar: quando o cachorro precisa de transfusão de sangue? As situações são diversas.
A verdade é que o procedimento pode ser decisivo para salvar a vida de um animal. Afinal, há situações, como atropelamentos, cirurgias extensas e anemias profundas, em que o tempo é crucial.
Por isso, o profissional precisa saber as informações básicas sobre o procedimento. Por exemplo, como é feito e se há riscos ao longo do processo.
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Entenda quando o cachorro precisa de transfusão de sangue
A princípio, um cão pode precisar de transfusão por diferentes razões, sejam vinculadas a um quadro de anemia profunda, seja pela perda de sangue. O procedimento é feito para restabelecer a saúde do animal.
A perda de sangue pode ser resultado de atropelamentos ou cortes profundos. Ademais, em casos de cirurgias extensas, pode ser necessário usar bolsas como forma de suporte.
Porém, os profissionais recorrem à transfusão de sangue em animais pelo quadro de anemia. Isso acontece quando o paciente sofre com doença infecciosa, insuficiência renal, carrapato e verminoses.
Além disso, dieta pobre em nutrientes leva à anemia ferropriva, decorrente da falta de ferro no sangue e, consequentemente, afeta a produção de hemácias.
Outro exemplo de enfermidade que indica quando o cachorro precisa de transfusão de sangue é a anemia hemolítica. Trata-se de uma doença autoimune que ataca as hemácias do organismo.
A necessidade de transfusão é identificada pelo veterinário, após exames clínicos e laboratoriais. A princípio, o procedimento é indicado quando há concentração inferior a 10% de células vermelhas (ou 12%, em casos específicos).
Visualmente, você percebe que o animal se mostra ofegante, prostrado, além de coração acelerado.
A transfusão de sangue em cães é arriscada?
Antes de mais nada, é preciso que o veterinário tranquilize os tutores de que o procedimento é precedido de testes e análises e é importante explicar a eles quando o cachorro precisa de transfusão de sangue. Contudo, há possibilidade de intercorrências, como:
- Febre;
- Taquicardia;
- Hipotensão;
- Dispneia;
- Salivação;
- Fraqueza;
- Convulsão;
- Tremores.
É importante ressaltar que, assim como nos humanos, também há diferentes tipos de sangue nos animais.
Em geral, são mais de 13 variedades e subvariedades principais. Todas integram, então, o sistema DEA. Este, por sua vez, é dividido em:
- DEA 1 (DEA 1.1, 1.2 e 1.3 como subtipos);
- DEA3;
- DEA4;
- DEA5;
- DEA7.
O DEA, para efeitos de esclarecimento, é o antígeno eritrocitário canino, existente na superfície dos glóbulos vermelhos. O mais importante é o DEA1, que desperta reações mais fortes em casos de incompatibilidade.
Quando isso acontece, o cão que não tem o DEA1 recebe o sangue com o antígeno e imediatamente desperta a reação do sistema imunológico. Sobretudo porque o organismo entende aquele elemento como uma ameaça.
Como resultado, o organismo do animal destrói as hemácias doadas, ocasionando uma resposta inflamatória. Porém, a maioria dos cães não tem o DEA1 de forma natural. Ou seja, só o recebem quando passam por este procedimento. Ou seja, além de saber quando o cachorro precisa de transfusão de sangue, é preciso considerar todos esses fatores.
Inicialmente, na primeira transfusão, o animal recebe o sangue de qualquer variedade. Contudo, é fundamental que o cão receba bolsas do mesmo tipo sanguíneo, ou algum compatível, para evitar reações. Para que isso não aconteça, é feito o teste de compatibilidade.
Trata-se da coleta de amostras de sangue do doador e do receptor para avaliar se ambas se aglutinam. Em caso positivo, a transfusão não pode ser feita porque há a presença do DEA1.
Como é feita a transfusão?
Primeiramente, depois de você entender quando o cachorro precisa de transfusão de sangue, tem que saber que um animal saudável precisa se disponibilizar para doar o sangue a outro que esteja doente.
Quando isso é feito, o material é coletado e, em seguida, armazenado em uma bolsa. Daí, a transfusão ao cão receptor é iniciada, da mesma forma como realizada nos humanos.
Durante todo o procedimento, o animal é monitorado para mitigar os riscos. Ah, e como saber se o seu cão pode ser doador? Inicialmente, é preciso atender a alguns requisitos, por exemplo:
- Pesar mais de 25kg;
- Ter entre 1 e 8 anos;
- Vermifugação contra ectoparasitas em dia;
- Protocolo vacinal completo;
- Não estar no cio ou prenha, se for fêmea.
Por fim, deve haver intervalo mínimo de três meses entre cada doação, além de não ter passado por cirurgias ou transfusões há menos de trinta dias.
Cabe ao veterinário verificar esses itens, compreender quando o cachorro precisa de transfusão de sangue e se programar diante do estoque da clínica onde atua, pois há casos onde precisarão procurar um doador.
Em suma, há diversas situações em que o cachorro precisa da transfusão de sangue. A indicação vem após exames clínicos e laboratoriais feitos pelo veterinário. O procedimento é todo feito na clínica, mediante o monitoramento do doador e do receptor.
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Acima você pode compreender melhor quando o cachorro precisa de transfusão de sangue. Este foi um conteúdo elaborado pela redação do CDMV.