A hérnia diafragmática, embora comum nos ambulatórios veterinários, ainda provoca uma certa confusão quanto ao diagnóstico e tratamento. Trata-se da ruptura ou fraqueza na parede muscular do diafragma, músculo que separa o tórax do abdômen.
Para eliminar suas dúvidas, veja abaixo como ocorre a hérnia diafragmática em cães e como tratá-la.
Um dos principais riscos inerentes à condição está na migração de órgãos importantes como estômago, fígado, baço e intestinos para a cavidade torácica. Consequentemente, o cachorro pode manifestar problemas respiratórios e outros sintomas graves.
E o que provoca o surgimento desta patologia? Há causas congênitas, isto é, desde o nascimento, ou adquiridas, desenvolvida ao longo da vida. Seja qual for a origem, os sintomas variam conforme a gravidade. Por exemplo, dificuldade para respirar, tosse, vômitos, dor abdominal e letargia são alguns dos sinais.
É importante, então, entender como ocorre o problema para orientar os tutores corretamente. Você está no blog do Centro de Desenvolvimento da Medicina Veterinária (CDMV) e sempre publicamos aqui dicas para profissionais e estudantes da área, apoiando-os em suas jornadas de formação. Seja bem-vindo e boa leitura!
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Descubra como ocorre a hérnia diafragmática em cães
Inicialmente, a hérnia diafragmática pode ser congênita, embora seja uma condição que, ao nascer, geralmente leva rapidamente o filhote a óbito. Porém, a patologia é muito mais frequente em cachorros que passaram por algum tipo de trauma. São os casos de animais atropelados e agredidos.
Além disso, cães que enfrentaram conflitos mais intensos com outros animais ou, ainda, caíram de grandes alturas, são passíveis de sofrer com o problema. Entender como ocorre a hérnia diafragmática nestes casos vai ajudá-lo a fornecer o melhor tratamento possível ao animal.
Primeiro, há um aumento na pressão intra-abdominal e, em seguida, a expansão dos movimentos de respiração. Nesta situação, se a glote do animal estiver aberta, há a deflação abrupta dos pulmões. Com isso, o cão experimenta uma forte pressão pleuroperitoneal que, então, leva à ruptura do diafragma.
Quais são os principais sintomas de hérnia diafragmática?
Após ver acima como ocorre a hérnia diafragmática em cães, é importante falar sobre o seu diagnóstico. Ele vem depois da observação clínica e anamnese, ou seja, oitiva dos principais sintomas, sempre vinculados à respiração.
Aqui, podemos listar, entre os principais sintomas:
- Chiado;
- Tosse;
- Redução da ausculta cardíaca e pulmonar;
- Sons intestinais no tórax;
- Letargia.
Casos mais graves manifestam, ainda, cianose (mucosas azuladas), taquipneia, taquicardia, além de oligúria (menor produção de urina). Se não tratada a tempo, a hérnia pode levar à insuficiência respiratória. Afinal, há a disfunção do sistema cardiovascular, parede do tórax e espaço pleural.
Diagnóstico da hérnia diafragmática em cães
Ao saber como ocorre a hérnia diafragmática em cães, ouvir os relatos do tutor e identificação dos sintomas acima, o primeiro passo é encaminhar o animal para a radiografia, sobretudo de tórax. Caso haja sinais mais graves, como anorexia, vômito, diarreia e dores abdominais, é recomendado solicitar, ainda, a ultrassonografia do abdome.
O exame de imagem, aliás, é importante para localizar a ruptura do diafragma com maior precisão. Atenção: use contraste apenas sob a autorização do tutor, bem como a ausência de reações alérgicas.
Após o diagnóstico, qual é o tratamento mais indicado? Inicialmente, trata-se de uma ruptura, logo, o ideal é proceder com intervenção cirúrgica para sanar o problema. A cirurgia é chamada celiotomia ou incisão na linha média ventral. O objetivo é levar as vísceras deslocadas para o lugar original, de tal forma a aliviar aquelas que estão sufocadas.
A hérnia diafragmática pode matar?
Infelizmente, em casos mais graves e não tratados de forma rápida, sim. Aliás, muitos animais vêm a óbito antes de iniciar o procedimento, caso a condição seja mais complexa. Desta forma, saber como ocorre a hérnia diafragmática em cães é extremamente importante para sugerir o tratamento adequado para esta situação crítica.
A boa notícia é que o prognóstico em intervenções rápidas é bom quanto à recuperação. Vale lembrar, ainda, que caso a hérnia tenha origem hepática, o profissional pode prescrever antibióticos antes da cirurgia.
É possível prevenir a hérnia diafragmática em cães?
A prevenção se dá, sobretudo, na proteção do animal em si, uma vez que a maior parte das hérnias diafragmáticas ocorrem por trauma. Sendo assim, oriente o tutor a não deixar o cachorro com livre acesso à rua.
Durante os passeios, andar sempre de guia ou coleira, exceto nos momentos de exercícios. Estes, a propósito, devem ser feitos em locais seguros. Em casos de acidente, o responsável pelo cão deve buscar ajuda veterinária imediatamente.
Em suma, a hérnia diafragmática é a ruptura ou fraqueza na parede muscular do diafragma, com consequente deslocamento de órgãos. Ainda que tenha causas também congênitas, o mais comum é a origem por traumas.
A condição requer um diagnóstico preciso, uma vez que é fatal se não for tratada rapidamente. Isso é feito por meio de exames clínicos, radiográficos e ultrassonográficos. Já o tratamento envolve intervenção cirúrgica para correção da ruptura e reposicionamento dos órgãos abdominais.
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